Aprender a dizer Não

Porque é que algumas pessoas têm medo de dizer não?
Infelizmente, dizer “não” é uma atitude que está enraizada na nossa cultura, na nossa própria educação, que “é feio dizer não!”
Crescemos e já em adulto, sentimos quase uma obrigação de dizer sim, de estarmos sempre prontos para os outros. E para nós?
Não deveríamos sentir esta obrigação de estarmos disponíveis também para nós, para as nossas vontades e as nossas necessidades?
O QUE SE ESCONDE POR DETRÁS DESTA DIFICULDADE EM DIZER “NÃO”?
Haverá com certeza alguns de fatores mas os mais frequentes talvez estejam relacionados com o medo, o medo de ser criticado/a ou de ser rejeitado/a.
Acredito que muitas vezes saber dizer “não” no momento certo, da forma correta, apontando os argumentos válidos para a situação em causa, pode contribuir, por exemplo para que sejas reconhecido/a e respeitado/a quando alguém tenta aproveitar-se de ti.
Por isso, diz “não” quando…esperas que todo o mundo goste sempre de ti. Também não gostas de toda a gente, pois não?!
Questões para reflexão:
– Como é que sei se um “não” é benéfico ou prejudicial para mim?
– Quais os 3 “não” que sinto mais dificuldades em dizer;
– O que me falta para dizer mais vezes “não”?
– Como é que eu me sinto quando eu consigo dizer “não”?
E quando dizes “sim”, mas na verdade tens vontade de gritar “NÃO”, que emoções sentes?
Depende sempre de cada pessoa, da situação em si e do momento, isto é, do estado emocional nesse instante. Podes sentir-te mal por mais uma vez teres cedido/a, por teres acabado de faltar ao respeito a ti próprio/a. É nesses momentos que o nosso juiz crítico mais se faz ouvir e é por isso nesses momentos que devemos ser mais tolerantes e flexíveis connosco.
Somos apenas humanos, és apenas uma pessoa, o problema não é de vez em quando dizeres “sim” quando querias dizer “não”, isso mostra que somos capazes de atender às necessidades do outro, o problema é fazê-lo demasiadas vezes ao ponto da nossa balança emocional ficar desequilibrada.
Vamos então ver, o que efetivamente se está a colocar entre ti e o teu sonho e que te está a impedir de dares o próximo passo:
#1 Sentes que não sabes se deves seguir os teus planos.
Nada se faz de um dia para o outro e imaginares cenários irrealistas, para um sonho que ainda mal arrancou, pode ser o maior ato de sabotagem que podes fazer a ti próprio(a).
Começa devagar e toma consciência do lugar onde estás. E se já começaste, fica a saber que já deste o passo mais importante, tomaste a decisão e agiste.
Deste o primeiro passo, agora segue ao teu ritmo e com os pés bem assentes no chão. Aprende com os erros que vais cometer e quando pensares contigo mesmo/a, não sejas demasiado severo/a contigo. Pensa se dirias isso a um amigo teu.
#2 Estás a colocar demasiadas expectativas no teu sonho.
Os sonhos são crianças vivas em nós. Precisam de aprender a gatinhar, a andar, antes de as colocarmos numa prova? Assim o teu sonho, também precisa do seu tempo, e sobretudo de ti. Não podemos pedir que num curto espaço de tempo, o nosso sonho assuma todas as nossas responsabilidades. Por exemplo, que um novo projeto assuma as contas da casa.
O teu sonho tem de caminhar bem de mão dada contigo, beber das tuas conquistas graduais, para aos poucos poderem os dois construir aquilo que desejam.
Baixa um pouco a fasquia das expetativas, sê realista e sê paciente.
#3 Sentes que não estás preparada(o).
Este é talvez o ponto mais importante e o que mais nos bloqueia.
É que na realidade, aquilo a que estás a resistir é à adaptação que tens que fazer para viveres o teu sonho. Imagina que sonhas com um novo trabalho, mas que isso te vai exigir exposição.
Na realidade nunca estamos preparados até estarmos. Há uma consciência que se ganha e há uma coragem que se alavanca. É assim, mas é no terreno, não é em casa agarrado aos livros, ou aos planos. Aceita os desafios, cria uma rede de segurança e prepara-te para depois dares o grande salto. Nunca te esqueças, o que mais temes, é o que mais contém libertação.
Enche a tua vida de possibilidades, ousa desafiar-te, não te escondas. “Se fizeres o que sempre fizeste, terás o que sempre tiveste”, ainda que esta frase cause pânico para aqueles que preferem permanecer na sua zona de conforto, é sobretudo um ato de coragem, de superação dos medos, de crescimento.
Fontes:
https://www.linkedin.com/pulse/medo-de-dizer-não-marcio-caldellas-5f/originalSubdomain=pt
https://marisapsicologa.com.br/perder-o-medo-de-falar-nao.html